quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Inigualável



27 de março de 2011

Barueri, São Paulo, Brasil.

O maior goleiro artilheiro da história do São Paulo caminha a passos lentos, cabeça baixa e ar sereno pelo gramado do estádio mais moderno do Brasil.

Sua casa estava alugada, recebeu o show de uma das legendárias bandas de rock da história, Iron Maiden. Ele não esteve presente na noite anterior, mesmo sendo apreciador do estilo musical e da banda, mas tinha seu show garantido.

Mais de 15 mil testemunhas haviam comprado ingressos. A maioria, mandante, soprava a pelota rumo às redes, a minoria apenas se resumiu ao silêncio respeitoso ao adversário vencedor.

O arqueiro fez a vez de matador, de aniquilador. Em um tapa utilizando os pés fez alçar vôo sua amiga predileta, aquele que muitas vezes ele já buscou nos fundos das redes, e que lhe fez chorar, mas que por muito mais vez ocasionou alegrias pelas estradas que o futebol lhe impôs e propôs.

No trajeto milhares, milhões de gestos por todo país e em um fração de segundo a bola estava lá, estufando a rede do rival. Como um menino, o homem de 38 anos corria sem saber o que fazer, tirou o uniforme e mostrou sua segunda pele. Negra e com um coração de cinco pontas.

Essa história de que o centésimo gol de um goleiro vale como mil para um atacante não procede. É marketing. São 100 gols e pronto. São 100 emoções. 100 vibrações. Só quem vibrou com cada gol, só cada um dos milhões de são paulinos e #rogériomaniacos espalhados pelo país e pelo mundo pode saber o que vale cada um desses gols.

E quis o destino que o adversário fosse um rival. Um inimigo dentro de campo e que infelizmente, pelo egoísmo e prepotência de seus comandantes estão se tornando cada vez mais inimigos fora das quatro linhas que cercam o futebol.

Mas esqueçamos os clubes, o futebol. O personagem é ele, o goleiro que revolucionou sua posição. O Giuseppe Garibaldi das metas, o Che Guevara dos arcos, o Simon Bolívar dos gramados. Um goleiro, um líbero, um artilheiro. Cem vez imortalizado como o maior, o único.

E o melhor, não é preciso nem citar seu nome para que todos saibam que ele é o protagonista da história. Parabéns M1TO.  

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