quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Adílson Batista: queda mais do que anunciada

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São Paulo perde para Atlético-GO e Adilson Baptista é demitido. Planejamento da diretoria já previa queda com contrato curto e aposta mais uma vez foi um tiro no pé.
Por Fernando Surur

Há 22 jogos, quando o São Paulo anunciou a contratação de Adilson Batista após a queda de Paulo César Carpegiani, conselheiros, jogadores, imprensa e torcida ficaram surpresos com tamanha ousadia da tal ‘diretoria diferenciada’. Na época, o time era vice-líder do Campeonato Brasileiro e sem nomes de peso no mercado, Juvenal e trupe optaram por trazer um treinador que vinha de dois insucessos na carreira com Corinthians e Atlético-PR. O Santos não entra nessa lista (em 11 jogos foram oito vitórias dois empates e apenas uma derrota, naquelas demissões inexplicáveis dentro do futebol). E logo em seu primeiro dia à frente do clube a impressão passada foi a de que Adilson já chegaria com prazo de validade e com total desconfiança até da própria diretoria que acabara de lhe contratar.

Prova clara disso era o pequeno contrato assinado, com duração de apenas seis meses (julho a dezembro). Seu aproveitamento de apenas 45% (sete vitórias, nove empates e seis derrotas) e a demissão anunciada logo após a justa derrota por 3 x 0 para o Atlético-GO fora de casa, encerrou um casamento cuja separação já estava anunciada desde o ‘sim’ na beira do altar, ou melhor, na mesa de JJ. Adílson não é mau treinador. Sua campanha com o Cruzeiro em 2009 quando levou o clube a semifinal da Taça Libertadores comprova isso. Nada é por acaso.

O problema é que ele parou no tempo. Insiste em armar as equipes que dirige sempre com três volantes, poucos meias e atacantes jogando mais abertos do que centralizados (com o desconto que no São Paulo ele não tinha esse atacante e enfrentou problemas na armação da equipe, principalmente com as seguidas convocações de Lucas para a seleção da CBF). Sempre a parte defensiva era prioridade e o futebol é feito de gols.  Ele precisa se reciclar, compreender que o futebol depende de evolução constante, principalmente na parte técnica e tática, coisa que não faz.

O ex-zagueiro também enfrentou uma das situações mais complicadas para um treinador no futebol nacional: a pressão da torcida. Ainda mais no São Paulo Futebol Clube, que sem dúvida alguma, possui uma das massas mais insatisfeitas, para não dizer chata, do Brasil. Exemplo disso são os seguidos pedidos pela entrada de Rivaldo, que quando acontece, pouco faz. A maioria são jogos ruins. Tudo isso ganha a companhia ainda de um time muitas vezes apático, sem vibração e vontade, itens essenciais para um futebol no mínimo disputado. De forma nítida se percebe que vários atletas do São Paulo não entram no espírito de jogadores como Rogério Ceni, Rhodolfo e Luis Fabiano. É papel do treinador recuperar essa confiança, essa auto estima e fazer com que o elenco ‘coma grama’ e honre a camisa.

Culpa também da diretoria do São Paulo, que desde a demissão de Muricy Ramalho em 2009 não acertou mais e faz agora o que sempre criticou em outros adversários. Ideias fracas, planejamento ruim e decisões precipitadas, como bem lembrou o ex-superintendente de futebol Marco Aurélio Cunha em sua conta no twitter.
Ia me esquecendo, o time jogou no domingo. Primeiro tempo superior, com mais de 65% de posse de bola, mas não resultada em gols. De nada adianta. Parabéns ao Atlético-GO, que soube aproveitar suas melhores oportunidades e no segundo tempo, sacramentou o resultado com um ótimo futebol.
O casamento entre Adilson e São Paulo acabou. O ‘marido de aluguel’ Milton Cruz surge outra vez. Pode ajeitar o time, mas o clube precisa de uma reformulação. Em todos os sentidos. Caso contrário o ano se encerrará igual como começou: no 0 x 0.

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